Responsabilidade Social. O que representa para a Industria Mineira? II

Ao longo dos anos de mineração intensiva, em particular nos países subdesenvolvidos de África e da América Latina, além de não provocar desenvolvimento económico verificou-se um total atropelo aos direitos das populações nativas, quer a nível social quer a nível ambiental. No livro Rocks & Hard Places, The Globalization of Mining, de Roger Moody, é demonstrado o desinteresse das grandes empresas mineiras e do mundo industrializado pelas populações nativas, demonstrando até promiscuidade entre governos corruptos e ditatoriais.
Apesar de ser um exercício arriscado, parece-me interessante perceber o que pode ser feito para melhorar a imagem de uma empresa perante a comunidade que a rodeia e que em muitos aspectos dela depende. Penso que cada vez mais a industria mineira deve viver com e para a comunidade.
Embora existam bons exemplos como a mina de mercúrio de Almaden – Espanha, onde não só se procurou garantir o futuro da população após o fecho da mina, mas também em manter os níveis de toxicidade provenientes da exploração dentro dos parâmetros definidos, mas como referido, podemos encontrar vários maus exemplos na actividade mineira.
A Mina de Las Cruces tem a “obrigatoriedade” de se desligar do desastre ecológico ocorrido em Mina Los Frailes-Aznalcóllar (Sul de Espanha) em 1998. Por ventura, os mais cépticos dirão que o que manteve a produção da mina parada desde Maio de 2008 foi a falta de condições de segurança para evitar outro desastre, os mais optimistas dirão que não havia razões assim tão plausíveis para parar a produção por entenderem que a mina oferecia condições e os mais sensatos dirão que este tempo de inactividade deveria ter serviço para criar e melhorar as condições de segurança e demonstrar tanto ao governo de Andaluzia como à comunidade em geral.